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Alunos e professor da UFPA usam a tecnologia para facilitar a rotina das pessoas

  • Publicado: Domingo, 31 de Maio de 2020, 17h57
  • Última atualização em Domingo, 31 de Maio de 2020, 18h54
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Esta semana o projeto “Pará que Orgulha e Transforma” aborda o tema “Indústria, Inovação e Infraestrutura”, a partir das contribuições para melhorar a vida da sociedade como um todo. Uma delas é o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/PA) que, através de conhecimentos da área industrial, vem atuando na recuperação de aparelhos respiradores usados no tratamento da Covid-19.

Foi em abril passado que a coordenação do Senai Getúlio Vargas, em Belém, começou a receber solicitações para o reparo em respiradores, um serviço que até então não era executado pelos instrutores e alunos dos cursos técnicos oferecidos no local. “Sempre atuamos em reparos na área da indústria, mas nunca de material hospitalar. Mas passamos a receber muitas solicitações e resolvemos atender”, conta o engenheiro de automação, Emerson Teixeira Fontoura, coordenador da unidade do Senai e do trabalho que está sendo executado.

O primeiro passo foi fazer a seleção dos três alunos que iriam compor a equipe dos reparos, juntamente com professores. “Optamos por trabalhar com poucas pessoas, até por uma questão de segurança, por conta da pandemia. Selecionamos um aluno de cada curso técnico oferecido aqui no Senai, um de Mecatrônica, um de Automação e um de Mecânica e mais os docentes desses cursos”, explica.

 

Um total de 112 aparelhos chegou na unidade necessitando de consertos, dos mais variados tipos e, a partir daí, foi preciso muita dedicação para conhecer cada um e identificar seus problemas e soluções. “Todos os aparelhos passaram por uma desinfecção. Depois foi feita uma triagem para identificar o problema que cada um apresentava e, depois disso, começamos a trabalhar praticamente todos os dias, inclusive noites e madrugadas, para tentar solucionar o problema de cada um”, conta.

Com pouco mais de mês de trabalho, a equipe conseguiu concluir 42 equipamentos. “É um trabalho bastante minucioso. Geralmente começamos lendo o manual para identificarmos as peças e conhecermos o aparelho, já que recebemos equipamentos de vários tipos e marcas. Nossa meta é conseguir entregar, neste mês de maio, 50 respiradores recuperados porque sabemos a importância e a necessidade de ter esses equipamentos disponíveis em hospitais, por isso estamos trabalhando bastante”, diz.

HOSPITAIS

Os equipamentos são oriundos de 14 unidades hospitalares da capital e do interior do Estado, como da Unidade de Pronto Atendimento de Abaetetuba, Hospital São Camilo de Santarém, Hospital Gaspar Vianna, Santa Casa de Misericórdia, entre outros.

Grande parte dos equipamentos apresenta problemas mecânicos e eletrônicos. “Uma das nossas maiores dificuldades tem sido o fato de muitos aparelhos dependerem da troca de peças importadas para as quais existe, no momento, uma grande demanda de mercado por conta da pandemia. Em alguns casos, conseguimos fazer adaptações e, em outros não, precisamos aguardar a chegada da peça mesmo. Nesse aspecto, tem sido muito importante o apoio técnico de parceiros como a Biomeditec, que tem nos dado suporte nesse sentido”, afirma.

Para o coordenador, o trabalho tem sido gratificante para a equipe. “É importante sabermos que estamos contribuindo de alguma forma nessa situação em que vivemos e me sinto também realizado profissionalmente sabendo que o conhecimento adquirido está sendo muito útil nesse trabalho. É uma satisfação poder contribuir”, avalia.

Plataforma voltada para estudantes e professores

Ainda no mesmo tema “Indústria, Inovação e Infraestrutura”, mas com o foco na inovação, um dos trabalhos de destaque está sendo desenvolvido pelo professor da área de tecnologia e sistema de informações, Fabrício Farias, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que atua no campus do município de Cametá.

O docente, juntamente com uma equipe de três alunos criou, a partir de um projeto de pesquisa e extensão, a plataforma Bit Edu, que está em funcionamento desde março deste ano. Voltado para estudantes e professores, o site permite o acesso a materiais didáticos, videoaulas e que docentes possam disponibilizar seus materiais para uso gratuito.

“Já existem muitas plataformas, inclusive o próprio YouTube que permite o acesso a videoaulas, por exemplo, mas que não permitem que o aluno organize seu material, baixe PDF, faça e corrija exercícios e tudo isso é possível fazer usando do Bit Edu”.

DIFERENCIAL

Outro diferencial é que a plataforma é um espaço voltado também para os professores. “Nossa ideia é que eles possam disponibilizar seus materiais para que possam ser acessados gratuitamente pelos estudantes. Mas não só isso, que eles possam usar a plataforma para comercializar outros materiais mais exclusivos e conseguir uma renda através disso”.

Na plataforma já é possível acessar fazendo apenas um cadastro, no caso de alunos, um material da disciplina de História voltado para estudantes que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mas o objetivo é ampliar cada vez mais o volume de material e o acesso a eles.

“A plataforma acabou chegando num momento (de pandemia) importante em que muitos estudantes estão sem ter acesso às aulas presenciais, por isso estamos encorajando os professores a produzirem e disponibilizarem seus materiais. Na próxima semana, por exemplo, já vamos liberar o módulo de redação, com a possibilidade de estudantes desenvolverem textos sobre temas propostos e que possam ser corrigidos através da plataforma”, diz, destacando que os professores interessados em contribuir podem entrar em contato através do email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Aplicativo “Olha o ônibus”

O professor conta que com a ajuda de alunos que vêm desenvolvendo também outros projetos que usam a inovação para melhorar a vida das pessoas. Um deles é o aplicativo “Olha o ônibus”, que começou a ser desenvolvido em 2015, passou por reformulações e, desde 2017, é usado para ajudar usuários do transporte público a planejar o tempo de espera nos pontos de ônibus.

“Ele se baseia na colaboração. A partir do momento em que o usuário baixa o aplicativo, ele pode liberar a sua localização no coletivo para que outras pessoas que desejam também acessar aquela linha possam saber exatamente quando o coletivo vai passar no ponto em que elas estão aguardando. Assim, esse usuário que foi beneficiado já colabora mostrando a sua localização para o usuário seguinte e assim por diante”. Fabrício conta que o aplicativo, por meio de logaritmos, consegue identificar exatamente se o usuário está dentro do coletivo.

USUÁRIOS

Atualmente o aplicativo conta com cerca de 10 mil usuários e tem mais de 90 linhas de ônibus cadastradas de Belém, Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro.

“Percebemos que muitos grupos de usuários já faziam esse trabalho colaborativo através de redes sociais, enviando as suas localizações dentro de coletivos, o que beneficiava apenas um grupo. Mas, com o aplicativo, foi possível aumentar essa rede de pessoas colaborando, beneficiando assim um número maior de pessoas”, destaca.

O aplicativo “Olha o ônibus” pode ser baixado em androids gratuitamente em lojas de aplicativos de internet, e a expectativa é a de que o aplicativo possa crescer cada vez mais.

“Nossa ideia no futuro é que os colaboradores do aplicativo possam ir acumulando pontos que depois poderão ser usados para adquirir produtos em uma loja virtual. No momento, estamos em busca de parceiros para ampliar esse projeto”.

Fonte: https://www.diarioonline.com.br/noticias/para/590585/alunos-e-professor-da-ufpa-usam-a-tecnologia-para-facilitar-a-rotina-das-pessoas

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